Boletim Poético #30 | Trânsito em Belo Horizonte, pré-vendas, FLIP, concursos e mais do que acontece no plano poético
Compilado de conteúdo e links @ Portal Fazia Poesia, outubro de 2024.
Da casa
Bom dia!
Hoje é quarta-feira, 9 de outubro de 2024.
172 dias consecutivos sem chuvas.
Restam apenas 77 dias para o natal.
E aí, tudo bem? Como vocês estão?
Se bem notaram, não tivemos a edição de setembro do Boletim Poético e isso se dá por dois motivos. O primeiro é que agora toda edição do Boletim Poético vai sair no começo do mês, preferencialmente até o dia 10 de cada mês. Com isso podemos pegar todo o movimento de começo do mês que acontece por aí, incluindo o compilado de links que publicamos no portal Fazia Poesia no fim do mês anterior somado aos links que saem no começo do mês vigente. O segundo é que eu me dei uma espécie de férias, onde passei alguns dias vivendo apenas de comunicação por áudio e emojis. Foi bom.
Se você gosta do que tem acompanhado por aqui, considere compartilhar esta newsletter com alguém próximo ou distante a você, o link pra assinar é bem fácil, dá até pra decorar: <faziapoesia.substack.com>
Dia desses aconteceu em Belo Horizonte o que poderia facilmente ser uma das notícias criadas pelo
: o trânsito travou de uma maneira bem cômica, confira:Olhe bem pra essa foto. A notícia nada mais é do que o puro suco do ápice do trânsito em Belo Horizonte. Uma espécie de amostra grátis do que acontece diariamente nas ruas de Bangladesh, cidade que possui o trânsito mais perigoso do mundo. Morando há 8 meses em BH, posso posso afirmar que chegará o dia em que nenhum carro vai para a frente e nem para trás. Pior do que na imagem, vai travar tudo. Ninguém vai e ninguém volta. Haverá de existir helicópteros com super cabos retirando os carros do congestionamento geral que vai acontecer; noticiado no mundo todo. O bloqueio total, munido de buzinas, dedos do meio, palavras de baixo calão e motoqueiros tentando passar pelo corredor interminável, de Betim à praça Raul Soares. Será definitivamente o dia do alívio.
Estou contando isso pois, enquanto alguns mestres da poesia dizem que é possível ter um olhar poético pra qualquer situação, talvez a única situação que seja desprovida de tal olhar é o trânsito de Belo Horizonte. Não é possível.
Tem coisa que nem a poesia resolve.
Se cuide!
Poeticamente,
Alex Zani ✍
editor-chefe do portal Fazia Poesia
lançamentos e pré-vendas
Amassando o pão que o diabo me deu (Ed. Urutau), será lançado durante a 22ª Festa Literária de Paraty (FLIP), dentro da programação da Casa Urutau. Camila Felix dividirá a mesa, no dia 11 de outubro, com Branca Escobar e Gloria Diógenes, das 20h às 21h.
Amassando o pão que o diabo me deu é seu primeiro livro, mas a autora já publicou poemas nas revistas Ruído Manifesto e Felisberta Zine, foi selecionada para participar da Antologia O amor é um grito, publicada pela Editora Toma Aí Um Poema (TAUP); e também é poeta no portal Fazia Poesia.
Foi escrito entre 2021 e 2023, durante seu exílio na zona rural de Itamonte (sul de Minas Gerais) e ganhou corpo durante os encontros do Laboratório de Escrita de Pedro Cassel, poeta que assina o texto da orelha do livro. O livro se encerra junto com sua mudança para Paraty e o original foi selecionado para ser publicado pela Urutau após uma chamada aberta que a editora realizou na região sudeste.
“Talvez concentrar tanta vivência em versos tão sucintos seja uma forma de cura — de si e dos outros. O que era uma massa amorfa de sentimentos e uma troca sem fim de mensagens se vertem num mesmo objeto mínimo e luminoso; um livro de poemas como esse é um serviço comunitário. Num poema sobre Adília Lopes, Rafael Mantovani diz que os versos dela são tão finos que quando ele tenta entrar, acaba chegando do outro lado. Sinto uma coisa parecida quando leio haicais do Bashô, tweets da Rita Lee e agora, posso acrescentar, poemas da Camila Felix.” — Pedro Cassel.
CAMILA FELIX é poeta, serigrafista e artista urbana. Nasceu em Niterói (RJ), mas é nômade. Tem poemas publicados no portal Fazia Poesia, Felisberta Zine e Ruído Manifesto.
Você pode comprar o livro no lançamento, é claro, no site da editora ou autografado através do email ola@camilafelix.com.br.
Também na FLIP 2024:
Lançamento do livro Submersa, de Lara Galvão.
A autora estará na Casa Urutau, no dia 11/out, sexta-feira, às 15h30Lançamento de Aéroport, poema de Lívia Aguiar e ilustrações de Sofia Aguiar.
Será no dia 11/out, sexta, 12h, na mesa da Banca Tatuí no Espaço das IndependentesLançamento de Farmaceia vazante, de Juliana C. Alvernaz.
A autora participará de uma mesa de debate, no dia 11, às 15h, na Casa Gueto.“Me encontra na FLIP?” — a autora Luiza Leite Ferreira estará:
Quarta-feira (hoje), na Casa Tywaras & Tikunas (18h30)
Quinta-feira, na Casa da Leitura e do Conhecimento (16h) e Casa Pagã (20h)
Sexta-feira, na Casa Gueto (16h) e Casa Caravana (20h30)
Sábado, na Casa Gueto (10h e 17h)
_ Vai ser quase impossível não encontrar com ela por lá.A galera da Com.tato (
) também está pela FLIP, confere no insta pra ver a programação e, eventualmente, topar com elas por lá.
Nota: o portal Fazia Poesia não estará presente na FLIP. Quem sabe ano que vem.
pré-venda
Em Na frente de estranhos há muitos tempos se colidindo. Os poemas são separados em partes/categorias, como a família, o Japão, os metapoemas, os relacionamentos amorosos, interrupções. O efeito dessas misturas pode traze ao leitor a sensação de que se tratam de uma só coisa, um tempo só. Uma pessoa só. No entanto, são várias histórias que sequer tecem relações entre si. Essa característica fragmentária do poema conta uma espécie de narrativa montada, como em um filme.
Mas, ao contrário da peça cinematográfica, a autora se beneficia das imagens do poema serem só imaginárias e não conterem as camadas de tempo e a textura da imagem do cinema, que denunciariam essa farsa. O título veio de uma das partes, e traz a ideia de uma ficção grande que se forma a partir da montagem, e que será exposta para estranhos, que nunca saberão o que é real e o que não é. Há, então, o segredo: a avó, que dizia palavras do seu dialeto para que pudesse se comunicar com seus familiares na frente de desconhecidos. É o dizer cifrado, encriptado na poesia.
Carina S. Gonçalves nasceu em Belo Horizonte. É poeta, mestre em Estudos Literários pela UFMG, redatora e observadora amadora de cachorros. É autora de Nada acontece (2018).
O livro está em pré-venda e será publicado pela Macabéa Edições.
Clique no botão abaixo para comprar o seu exemplar e contribuir com a campanha.
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Alípede é um apanhado de poemas que versam de forma intimista sobre a carnalidade e intensidade de se descobrir viva. é um livro dividido em duas partes: a primeira, “alípede”, estabelece diálogo com um Eu por meio de temáticas que incluem o sentir-se feminina, brincadeiras com palavras e relação com o próprio corpo. A segunda parte, "âmago", caminha até o Outro em poesias sobre amor e relações, assunto interminável.
A autora, que frequentemente utiliza ferramentas poéticas que dialogam com artes visuais, concebeu a inclusão de imagens como uma forma de proporcionar respiros visuais ao longo da leitura. Mesmo com essa decisão, o convite para que as palavras despertem formas e cores na imaginação do leitor continua presente em cada verso.
Valentina Maciel (1996) é de Porto Alegre, mas mora em Brasília desde adolescente. Escritora, tradutora de francês e inglês, revisora de textos e pesquisadora da área de Teoria da Tradução na Universidade de Brasília (UnB). É formada em Letras e faz mestrado na mesma universidade. É poeta no portal Fazia Poesia desde 2021; já escreveu peças de teatro que não deram certo; revisou tantos textos sobre psicanálise que finge entender Lacan e pintou inúmeras telas inacabadas.
O livro está e segue em pré-venda pela Toma Aí Um Poema até a metade de novembro. Clique no botão abaixo e contribua com o projeto.
concursos e chamadas
3 concursos e 1 chamada de poesia para outubro de 2024
Entramos no décimo mês de 2024 e, aqui na FP, esperamos que, apesar das estranhezas dos tempos, os ventos estejam soprando e os movimentos estejam acontecendo, com potência e leveza, à medida do possível.
Em tempo, aproveite e confira nossa seleção de concursos e chamadas para jogar sua poesia na rua na próxima temporada da sua vida.
artigos
Introdução à Teoria Quântica — uma tradução de Franny Choi, por Laura Assis
Neste artgio, Laura Assis (Juiz de Fora, 1985), poeta, tradutora e professora, com doutorado em Literatura pela PUC-Rio, nos apresenta a tradução de um poema de Franny Choi, fundadora do coletivo/experimento literário Brew & Forge e professora de literatura no Bennington College.
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A representação da tristeza na literatura feminina
Ella de Lune (2005) nos apresenta um ensaio quando a melancolia das autoras as enredam na ficção.
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Mulheres tristes. Propriamente representadas em livros como Garota, interrompida, de Susanna Kaysen; Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf; o clássico, A redoma de vidro, de Sylvia Plath. Vividas por escritoras como Clarice Lispector, Anne Sexton, Sylvia Plath, Florbela Espanca… Em um mundo repleto de emoções desconhecidas e confusas ou apenas um sentimento incompreensível de inexplicável solidão.
Elas criaram seu próprio universo, onde sua solidão e tristeza não são apenas sentimentos, mas parte de quem são, assim como a escrita, e com isso a ideia de que o sofrimento pode ser externado e se tornar algo belo, na ficção, na realidade, ou nas duas.
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coletâneas
6 poemas contemporâneos de Ju Pavão
Ju Pavão tem 36 anos, é do Rio de Janeiro e já morou em muitos lugares, mas hoje reside em Macaé, interior do estado. É tradutora audiovisual, principalmente de filmes e séries, e escreve um pouco para brincar com as palavras, um pouco para guardar o que transborda do espírito. A poeta gosta de ler e pensar subjetividades divergentes e deslocamentos; assistir a filmes sobre o que poderia ter sido, mas não foi; olhar o mar; entregar performances — nas suas palavras — duvidosas em karaokês.
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6 poemas oníricos de Leonardo de Oliveira
Leonardo de Oliveira é psicólogo clínico e social (Unisc) e psicólogo no consultório na rua em Porto Alegre. Também é escritor, músico, educador social, mestre e doutorando em psicologia social e institucional na UFRGS, onde pesquisa (e trabalha com) população em situação de rua e movimentos de luta por moradia e arte.
Por hoje é isso.
Lembre-se de acessar faziapoesia.com.br e ler ao menos um poema por dia.
Faz bem pra saúde.
Maravilha demais esse boletim!