Estante da FP #16 📚 Carretel ladeira abaixo, Da costela do impossível, mais livros de poesia e novidades
Confira as obras recebidas nesta temporada do portal Fazia Poesia
Bom dia!
Hoje é 26 de outubro de 2023
Sol e chuva
Casamento de viúva
Olá, leitoras e leitores. Como passaram desde a última newsletter? Espero que bem. Parece que faz muito tempo desde o último disparo, mas na verdade foram só 23 dias. Fato é que senti saudade. Tem sido ótima a experiência de escrever as newsletters da Fazia Poesia e, não sei isto tem sido evidente mas esta, a Estante da FP, é a minha preferida.
A Estante da FP é uma subnewsletter do portal Fazia Poesia, na qual apresentamos os livros recebidos em nossa caixa postal através do Plano de Divulgação de Livros (PDL). Além daqui, os livros também aparecem na nossa comunidade no Telegram e, por sorte, alguns aparecem lá no nosso Instagram.
Do lado de cá, estamos em uma correria danada: se você nos acompanha nas redes sociais, principalmente no Insta, deve ter visto que anunciamos as datas da chamada para a equipe de poetas de 2024. Ela acontece a partir das 5h36 do 1º de novembro e vai até as 23h59 do dia 1º de dezembro. Sim, neste ano vamos começar a chamada no horário do nascer do sol em Brasília/DF. Esse é um dos motivos do mascote desta edição ser um galo. Dê uma passada lá pelo insta e confira.
Durante novembro traremos mais informações sobre a chamada por aqui, na newsletter. A novidade deste ano é que você, que nos assina, receberá em primeira mão o aviso da abertura do edital, antes de qualquer outro canal ou rede social do portal Fazia Poesia.
Mas como o assunto aqui são livros, vou encerrar por agora senão vou acabar soltando spoilers sobre projetos envolvendo publicações para o ano que vem.
Abraços poéticos!
Alex Zani
editor-chefe da Fazia Poesia
Prepara o click!
Na edição de hoje da estante da FP, apresentamos os livros recebidos até o final do mês de setembro. Aproveite o espaço para conhecer novos autores, autoras e tendências no mercado editorial.
Leia. Reflita. Tenha cuidado, sempre. A poesia é para todos.
Carretel ladeira abaixo, de Mateus Rebello
Toma Aí Um Poema | 97 páginas
Escritos ao longo da andança de alguns anos, o livro apresenta uma coletânea de poemas que destrincham a identidade, revelam o corpo e descobrem outras possibilidades de relação com o mundo. Os poemas pertencem a lugares diferentes, nasceram do movimento, e falam desse lugar de quem deixa e de quem busca. O corpo como um adeus que se arrasta, como um espacate que racha o mundo, como uma desistência. O corpo como espaço de criação e de transformação, como uma jornada.
Dividido em quatro partes, o livro conta uma história de quem abandona os significados que lhe foram impostos e atravessa as fronteiras rumo a novos sentidos. Conta uma história sobre se perder para poder se encontrar e, especialmente, sobre tudo o que fica pelo caminho.
Mateus Rebello é carioca, mas a maioria de suas poesias não. Integra a equipe de poetas do portal Fazia Poesia desde 2019, onde manteve uma coluna mensal sobre neologismos, tem publicações em antologias poéticas e é da turma 2022 do curso Poesia Expandida da Casa das Rosas. Carretel ladeira abaixo é seu primeiro livro.
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Testoste-TRIP, de Felipe Eduardo Lázaro Braga
Editora Kotter | 148 páginas
A capa de "testoste-TRIP" chama atenção pela referencia ao obsceno gesto do goleiro Emiliano Martinez ao receber o Prêmio Luva de Ouro na Copa do Mundo de 2022, no Qatar. Para o autor, essa provocação da capa é, na verdade, a chave de leitura da obra. "Essa imagem sintetiza alguns dos pontos do livro e, mais do que tudo, o tom do livro: subjetividade fálica, muita imaturidade, certo homoerotismo, piada e política", explica Felipe.
Os poemas de "testoste-TRIP", dessa forma, abordam importantes discussões que tangenciam a sexualidade e a política, principalmente no âmbito da masculinidade, sendo enfaticamente direcionado ao público LGBTQIA+. Estes temas, porém, são trabalhados a partir de uma ampla liberdade de experimentação do autor, que concebe uma tessitura que se destaca por amarrar uma diversidade de referências, que vão de um universo erudito — como Andy Warhol e Álvaro de Campos —a figuras do cenário pop (caso do próprio Emiliano Martinez e do cantor sertanejo Wesley Safadão), perpassando também por eixos pouco convencionais, como a matemática.
Felipe Eduardo Lázaro Braga nasceu em Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo, em 1989. É filósofo e atualmente cursa pós-graduação no programa de Sociologia da USP (Universidade de São Paulo). Além de poesia, escreve sobre arte urbana, matemática e política, tendo textos publicados em veículos como Justificando, Caos Filosófico, Revista Híbrida, Money Times e Público.
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Quando o risco vale a pena, de Letícia Bolzon Silva
Editora Penalux | 76 páginas
No fim de 2021 a autora gaúcha Letícia Bolzon Silva lançou seu primeiro livro de poesia, “Quando o risco vale a pena”, pela editora paulista Penalux. O livro reúne o melhor da produção poética da autora entre o período da adolescência e o início da juventude, e representa um passo evolutivo na vida de Letícia tanto na carreira de escritora quanto na vida pessoal.
Os textos escolhidos misturam rima, verso livre e prosa poética numa exploração tanto de formas diversas de escrever poesia quanto de temas. Seja falando de amor, amizade, a solidão, a passagem inexorável do tempo ou o próprio ofício de escrever, Letícia procura se expressar, ser alcançada e exercitar o autoconhecimento.
Letícia Bolzon Silva nasceu em 1995 em Uruguaiana, Rio Grande do Sul. Poeta há mais de 15 anos, também trabalha como redatora para a web e tradutora de inglês.
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Da costela do impossível, de Marcela Alves Silva
Editora Urutau | 80 páginas
Estreia da psicóloga e poeta Marcela Alves, “Da costela do impossível” trabalha a vida como ela é ao mesclar beleza e dor sob a ótica do sagrado e da poesia. Publicado pela editora Urutau, o livro conta com a orelha assinada pela escritora Aline Bei.
Dividida em três seções, todas nomeadas com títulos relacionados com luz e sombra, a obra trabalha o amor, a perda, o tempo e os rastros desses três elementos na memória e na percepção de si e do mundo. “Essas são minhas obsessões, meu espinho na carne”, explica a poeta. A partir da observação do cotidiano, a autora valoriza as sutilezas das relações humanas e assim consegue transformá-las em material para a poesia. E nessa estranha alquimia está a busca pelo sagrado que move a autora e seu eu-lírico.
A poeta Thaís Campolina cita que “na poesia de Marcela, o íntimo nos atinge” e essa intimidade lembra quem lê de que somos feitos de ternura, medo, beleza, dúvida, perda e um pouco do que pode parecer nada para alguns, mas é a matéria-prima que nos faz gente, como a cena de uma avó plantando rosas e de uma mãe cozinhando couve com devoção.
Marcela Alves nasceu em 1991, em Divinópolis, MG. É psicóloga formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), especialista em psicologia da saúde e atua na prática clínica. Escreve desde a infância. Da costela do impossível é seu primeiro livro.
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Tempo Diabo, de Mário Cardinale
Editora Pedregulho | 80 páginas
Os últimos anos trouxeram afobamentos, tensões e provocaram certo distanciamento da vida real em boa parte dos brasileiros. Neste período, Mário L. Cardinale, poeta poaense da Região Metropolitana de São Paulo, sentiu a necessidade de dar vida à “Tempo Diabo”. Como o título sugere, o tempo é o elemento chave na obra, uma coletânea de 40 textos escritos entre outubro de 2018 e dezembro de 2021. Em suas palavras, estão pensamentos e temas pertinentes ao momento do Brasil, suas cicatrizes e tensões, e também as divagações do autor sobre sua condição e prerrogativa em meio à crise.
Esse é o segundo livro de uma tetralogia poética. Os poemas nasceram diante do espanto do poeta ao acompanhar o cotidiano pós-golpe de 2016 no Brasil. A prisão arbitrária do presidente Lula, a chegada da extrema direita ao poder e a pandemia global do coronavírus são o pano de fundo do livro. Os temas se aliam ao contexto pessoal do escritor: à crise da meia idade, à depressão e militância política nas ruas, nas redes e nos versos. Ao “Tempo Diabo” não faltaram chacinas policiais, massacres em escolas, a nova guerra fria, eleições, corrupção e alienação da massa.
Mário Cardinale é o mais velho de três irmãos. Durante o ensino médio conheceu sua companheira, a advogada, historiadora e escritora Monique Bonomini com quem tem dois filhos. Graduou-se em Farmácia da Universidade de Mogi das Cruzes em 2003. Ama música. Em 2016 compôs seus primeiros poemas. Em 2020, publicou seu primeiro livro. Em 2023 descobriu ser autista. Hoje cursa Psicologia com interesse nas áreas do Comportamento e da Psicologia Social.
apoio: com.tato
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